Parte I aqui
5. A influência do Protestantismo
na cultura atual
O padre Julio Meinvielle em sua obra já clássica
intitulada “O comunismo na revolução anticristã”[24], assinala
com precisão que, no homem coexistem quatro formalidades, isto é, quatro
constitutivos. O homem é, antes de tudo, um aliquid, ou seja, um
algo, uma coisa; mas ao mesmo tempo, o homem é também animal, quer dizer, é um ser sensível,
que segue o bem deleitável. Mas não só isso: o homem é também homem, ou seja, é um ser racional que
se guia pelo bem honesto e pode alcançar e apreender a verdade; mas acima destas
três formalidades, o homem também é capaz de Deus, está chamado à vida
em comunhão com Ele, que é a vida sobrenatural.
Esquematizando então, poderia se dizer que
quatro são as formalidades:
a. A formalidade sobrenatural ou
divina.
b. A formalidade humana ou
racional.
c. A formalidade animal ou
sensitiva.
d. A formalidade da mera realidade
ou da mera coisa.
Seguindo este mesmo esquema tentaremos ver
como as teses protestantes que temos selecionado têm podido influir em nossos
hábitos culturais. Mas antes uma objeção: poderia se dizer que o Protestantismo
como tal, isto é, como religião, parece estar extinto em sua raiz mais acabada;
e no entanto, a forma mentis, os hábitos que ela engendrou, inclusive em
ambientes católicos, esteja muito viva. Porque uma heresia pode morrer como confissão
religiosa mas suas consequências culturais podem perdurar no tempo.
Mas vejamos as revoluções possíveis.
a. Em primeiro lugar, a revolução do eu contra Deus: relativismo
subjetivista
Como podemos ver, o princípio de imanência
ou o “advento do Eu” não só tem sido o princípio, mas a causa do resto das teses
protestantes. Esse giro rumo à subjetividade e rumo à interioridade se
disparará poucos anos depois da “Reforma” tanto em sua vertente racionalista,
fideísta como empirista. Se
trata, nas memoráveis palavras de Fabro, de um “subjetivismo dogmático” pelo
qual “o Protestantismo terminará inevitavelmente no anarquismo”[25] a partir do qual “o ato de fé que
termina por tragar ou sufocar o elemento dogmático”[26].
Já o denunciava em palavras também
memoráveis Pio XII: “Nestes
últimos séculos... quiseram a natureza sem a graça… Cristo sim e a Igreja não
(Revolução humanista e protestante)... depois Deus sim e Cristo não (Revolução
liberal)... ao fim, o grito ímpio: Deus está morto (Revolução comunista)”[27].
Esse culto pelo EU, fará do homem
um Deus-para-si que, longe de regressar a sua formalidade “natural”, ou
“racional” o desbarrancará a um lodaçal sem limites. Quer dizer, o culto pessoal,
não o levará novamente a um âmbito “natural” mas a um afastamento deste. Mas,
por quê? –poderíamos nos perguntar licitamente- não torna o homem, abandonando
a graça, à ordem natural existente prévia ao cristianismo, por exemplo? por que
não torna à sabedoria dos gregos ou à ordem romana?
A razão parece encontrar-se na mesma ideia
de redenção. Em efeito, quando Deus quis irromper agressivamente na história, chegada
a plenitudo temporum (Gal 4,4) a inteligência humana foi elevada pela graça
tornando o homem “mais homem” (se se nos permite a expressão). Agora, ao retroceder
à própria interioridade subjetiva, o homem volta a ser uma espécie de Prometeu
desacorrentado não ao manejo de suas paixões, senão à desordem das mesmas.
Chesterton o retratou com estas
inesquecíveis palavras:
É impossível adorar à
humanidade, do mesmo modo como é impossível adorar (…) (um) clube; ambas são instituições
extraordinárias às quais podemos eventualmente pertencer. (…). Suprimindo o
sobrenatural, o que nos restará é o antinatural[28].
A que se refere o escritor inglês ao dizer,
“nos restará o antinatural”? A que, abdicando da primazia de Deus, não se volta
ao homem, mas se cai ainda mais.
Vejamos em palavras de Lutero como, voltando-se
a si mesmo, despreciava a realidade anterior a ele, como querendo inventar a roda:
Lutero o quer, Lutero assim
o diz.
Lutero é um doutor acima de todos os doutores de todo o papismo (…)[29]. “Ainda
que os santos Cipriano, Ambrósio e Agostinho; ainda que São Pedro, São Paulo e
São João; ainda que os anjos do céu te ensinem outra coisa, isto é o que sei de
correto: que não ensino coisas humanas, senão divinas; ou seja, que tudo o
atribuo a Deus, aos homens nada (…). Os Santos Padres, os doutores, os concílios,
a mesma Virgem Maria e São José e todos os santos juntos podem equivocar-se” (ele
não, claro)[30].
A primazia do EU pessoal fará que a mesma concepção
de verdade se veja afetada. Já não será, por certo, a conformidade do intelecto
à coisa, mas simplesmente um produto da vontade:
O que mais chama a atenção
na fisionomia de Lutero, é o egocentrismo: algo muito mais sutil,
mais profundo e mais grave que o egoísmo; o egoísmo metafísico. O
eu de Lutero se converte praticamente no centro de gravidade de todas as coisas
(…). “Não admito, escrevia em junho de 1522, que minha doutrina possa ser julgada
por ninguém, nem sequer pelos anjos. Quem não receber a minha doutrina não pode
chegar a salvar-se” (…). O eu de
Lutero, era segundo ele, o centro
em torno ao qual devia gravitar a humanidade inteira; se converteu a si
mesmo no homem universal em quem todos deviam encontrar seu modelo. Resumindo,
se colocou em lugar de Jesus Cristo[31].
Ao que arremata:
Mas o caso de Lutero –se
pergunta Maritain– não nos mostra na realidade um dos problemas contra os quais
se debate em vão o homem moderno? Me refiro ao problema do individualismo e
da personalidade[32] (…). Chegamos aqui ao fundo
do erro imanentista. Consiste este em crer que a liberdade, a interioridade,
o espírito, residem essencialmente em uma oposição ao não-Eu, em uma ruptura do
adentro com o afora: verdade e vida serão, pois, unicamente buscadas
no interior do sujeito humano; tudo o que provém em nós do que não é nós, ou
seja, o que provém de outro, é um atentado contra o espírito e contra a sinceridade.
E tudo o que é extrínseco a nós, significa a destruição e a morte de nosso
interior (…). Por conseguinte, para o individualismo protestante moderno, a
Igreja e os sacramentos nos separam de Deus; para o subjetivismo filosófico
moderno a sensação e a ideia nos separam do real”[33].
Fazendo
do homem o centro da realidade e, melhor dito, a única realidade “real”, é
absolutamente necessária a caída na isolada interioridade. Para a cultura
moderna só existe o eu e é ele quem possui os critérios de bem e de verdade. A
norma da verdade já não é o objeto sobre o qual se
emite um juízo, senão a psicologia do sujeito, ou o que se afirma no
ambiente, as condições culturais de uma sociedade etc. Toda verdade é
relativa pois só é válida em relação com o sujeito que a pensa: o bem, a
ética, a religião etc., só valem o que o homem ou o grupo de homens queira
pagar por elas segundo seus diversos condicionamentos; “nesta perspectiva, tudo
se reduz a opinião”[34],
como diz João Paulo II.
Lewis, em uma pérola literária intitulada “O
veneno do subjetivismo” assinala que na modernidade o homem “não crê que os
juízos de valor sejam sequer realmente juízos. São sentimentos, ou complexos, ou
atitudes, produzidas em uma comunidade pela pressão de seu ambiente e de suas
tradições, e diferem de uma comunidade a outra. Dizer que uma coisa é boa é simplesmente
expressar nosso sentimento rumo a ela”[35].
O mesmo conceito de “afirmação” por si só,
de “definição” pode ser para o homem atual considerado obtuso; o sim, sim; não,
não evangélico resulta para a cultura moderna como fascista e intolerante.
“Tudo é negociável”, afirma Rojas[36], pois
não existe mais “a verdade”, mas “minha verdade”, “tua verdade”, segundo as
próprias preferências; “uma verdade à la carte”. Se trata de um novo código
ético onde tudo pode ser, alternativamente, positivo ou negativo, tornando impossível
todo diálogo por não existir um ponto de encontro com a coisa.
b. Segunda caída: revolução da sensibilidade
contra a inteligência
A segunda revolução se dará, segundo o
esquema traçado, da formalidade sensível à racional. Lutero –já o dissemos–
desconfiava do papel da inteligência para além do âmbito prático. Nada de
contemplação, nada de vida segundo as potências superiores. As frases
ilustrativas são inumeráveis; vejamos algumas delas:
A razão se opõe
diretamente à Fé, e deveriam deixá-la que se vá; nos crentes há que matá-la e
enterrá-la (…). Deves abandonar tua razão, não saber nada dela, aniquilá-la
completamente; sem isso não entrarás nunca no céu (…). Há que deixar a razão em
sua casa, pois é a inimiga nata da Fé. Nada há tão contrário à Fé, como a lei e
a razão. Precisamos vencê-las, se queremos alcançar a bem-aventurança[37].
(A razão) quando trata
de imiscuir-se nas coisas espirituais, é cegueira e trevas (…) só pode blasfemar
e desonrar tudo o que Deus tem dito e feito (…) a razão é a prostituta do diabo,
por sua essência e maneira de ser, é uma prostituta daninha (…) que deveria ser
pisoteada e destruída[38].
Um detalhe a ressaltar é o curioso fato de
que Lutero chame prostituta à razão e que logo, a Revolução Francesa, filha da
luterana, a entronize exaltando-a a seguir na catedral de Notre Dame de Paris. É
que, como dizia Frei mais acima, apenas se trata de acentuar um e outro princípio
(a fé ou a razão) desde a mesma subjetividade.
De Aristóteles, talvez o maior pensador da
Antiguidade e “maestro di color che sanno” se dizia:
Aristóteles é o ímpio baluarte dos papistas. É à teologia
o que as trevas são à
luz. Sua ética é inimiga da graça; é um filósofo arcaico, um canalha
que deveriam meter no chiqueiro ou na pocilga dos asnos… um caluniador
sem vergonha, um comediante, o mais artimanhoso e astuto corruptor dos espíritos.
Se não tivesse realmente existido em carne e em osso, se poderia tê-lo, sem nenhum
escrúpulo, pelo diabo em pessoa (…). É impossível reformar a Igreja se
antes a teologia e a filosofia escolástica não são arrancadas pela raiz[39].
Se a razão não serve, só resta a
sensibilidade. É o homem de pernas para o ar de que falava o padre Alberto
Ezcurra seguindo a Ovidio:
Quando Deus cria ao homem
o cria vertical (…). Essa criação do corpo do homem vertical é um signo do que tem
que ser o homem por dentro, em sua alma (…). Deus o criou com a cabeça acima do
coração, com o coração acima do estômago, do sexo e dos pés. E essa hierarquia
do homem vertical nos está indicando também o que o homem tem que ser por
dentro:
Acima de tudo está a cabeça;
quer dizer, a inteligência que me faz conhecer a realidade e conhecer a verdade.
E essa verdade que a inteligência conhece se mostra ao coração, isto é, à vontade;
para que a vontade ame o que é verdadeiro e o que é bom. E depois vêm também as
paixões, os sentimentos e os instintos que, iluminados pela inteligência e governados
pela vontade, servem para que o homem seja capaz de entusiasmar-se por tudo o
que é verdadeiro e por tudo o que é bom.
Essa é a imagem do homem
como Deus o criou: inteligência que conhece a verdade, se a mostra à vontade
como algo bom sendo as paixões e os sentimentos governados pela vontade e
dominados pela inteligência. Agora bem, o homem moderno é um homem posto “de pernas
para o ar”. Ao homem vertical que Deus criou se lhe opõe um homem invertido. O
que está acima? Acima de tudo estão as paixões, estão os instintos, estão os sentimentos.
Pelo que se guia o homem? “Eu gosto”, “eu não gosto”; “tenho desejos”, “não tenho
desejos”; “que lindo!”, “que feio!”. Nos guiamos pelos instintos. E depois vem
a vontade. A vontade para satisfazer todos os caprichos dos instintos; e ao
final, bem abaixo de tudo, vem a pobre inteligência. Para quê? Para justificar-me
e dizer que tudo o que eu gosto está bem”[40].
Ao ter abdicado da inteligência, o que
resta é que esta sirva de serva das paixões, ficando o homem impossibilitado do
livre arbítrio nas mãos de um Deus predestinador. Max Weber explicou com maestria
como esta concepção determinista do
protestantismo levará necessariamente ao capitalismo moderno: se
Deus dispôs desde toda a eternidade que algumas pessoas se salvem e outras se condenem,
independentemente do que façam, não poderá se descobrir desde agora qual é sua vontade?
Ou seja, como saber se alguém se encontra no estado de condenação ou de salvação
eterna? Pois bem: dado que Deus não muda, não cambia, deve existir algum indício
que nos indique quais são os signos da predileção divina em seus elegidos. Quais
serão? Simples: a prosperidade econômica; o triunfo nesta vida: a prosperidade,
assim como se ensinava no Antigo Testamento:
Fui jovem, já sou velho
/ nunca vi a um justo abandonado, nem a sua linhagem mendigando o pão. / Diariamente
se compadece e dá emprestado; bendita será a sua descendência (…). Os justos possuirão
a terra, a habitarão pelos séculos dos séculos[41].
Calvino, o grande teórico do protestantismo
(e seu verdadeiro criador, segundo Belloc), instaurará este princípio: os homens
devem tentar enriquecer-se e, se o fazem, é porque foram eleitos por Deus; do contrário,
é signo de que estão condenados para toda a eternidade[42].
Mas ainda resta uma caída; a caída na formalidade
“coisa”.
c. Terceira caída: a pessoa
como objeto
As raízes filosóficas e teológicas do Protestantismo,
com seu voluntarismo irracional, levarão a que o homem seja considerado simplesmente
um objeto, uma coisa que, como tal, não dependa mais que do arbítrio de outro mais
poderoso que ditem as leis.
A ordem
da lei eterna, lei divina, lei natural e lei positiva tem sido alterado ou
negado, admitindo somente a última como válida e fraturando a objetividade
do Direito não restando mais que a vontade do legislador, daí que um filósofo
do direito como Kelsen termine por aceitar que não
exista mais lei que a positiva, inclusive quando não fossem de seu agrado, como
as do regime nazi.
Com peculiar estilo o expressa Lewis:
Qualquer um se indignaria
ao ouvir um alemão [nazi] dizer que justiça era “o que convinha aos interesses
do terceiro Reich”. Mas nem sempre se recorda que essa indignação careceria
totalmente de fundamento se um mesmo considerasse a moralidade como um sentimento
subjetivo que pode ser alterado à vontade. A menos que se tenha algum padrão
objetivo do bem, que abarque igualmente aos alemães, aos japoneses, e à nós
mesmos —o obedeça ou não qualquer de nós—, por suposto que esses alemães estarão
tão autorizados para criar sua ideologia como o estamos nós para criar a nossa[43].
Se a única regra do bem agir é a vontade
política, longe da razão e dominada por caprichos positivos, o que hoje
possa ser bom ou verdadeiro, amanhã poderá ser mau e falso e a política, no
melhor dos casos, ficará governada por princípios ideológicos sujeitos ao governante
de turno. Por outra parte, o súdito, não alcançará seu próprio bem, senão em vistas
do Estado, do qual será uma parte quase acidental do todo e em lugar de ordenação
do bem próprio ao bem comum haverá subordinação -ontológica- da parte ao todo,
assim como a mão se subordina ao corpo e o ramo à árvore. O indivíduo “será”
para o Estado porque só nele encontrará sua essência, liberdade e verdade (como
indivíduo)[44], como um
momento que encontra sua concreção. A pessoa em quanto tal ficará convertida a
objeto, e ela mesma por sua vez, a simples referência a objetos (de prazer, de
estudo etc).
Da formalidade sobrenatural, então à mera formalidade
de coisa.
Conclusão
Dizia Belloc na introdução que dedicou a
Chesterton em “Assim ocorreu a Reforma”:
(A
reforma) não foi o incêndio intencional de um nobre edifício; menos ainda a meritória
demolição de um ignóbil. Se pareceu mais a um grande fogo destruidor aceso por homens
que habitavam uma casa e que, empenhados em um experimento violento que requeria
uso de chamas, se achavam demasiado excitados para perceber o risco que corriam.
O experimento se realizou mal, e a metade das habitações da casa restaram queimadas
até seus cimentos, e as demais se salvaram, mas chamuscadas e enegrecidas[45].
Isso foi o protestantismo: uma heresia que,
como confissão religiosa se encontra em clara extinção (inclusive mais que a
católica), mas que engendrou uma cultura que hoje subsiste em muitos
aspectos.
Nos coube habitar essa “metade das habitações”
das que falava Belloc; habitações chamuscadas, enegrecidas e até abandonadas
por seus proprietários; mas habitações de uma casa fundada sobre Rocha, que deve
ser reconstruída e restaurada desde a verdadeira religião que engendrará uma verdadeira
cultura cristã.
Como reformar nossa cultura ante este
barbarismo? Como não dobrar-nos a ela? Há apenas umas semanas lhe perguntaram o
mesmo ao cardeal Cafarra, ao que respondeu –e nós com ele, para terminar- o que
cremos ser o início da solução:
Lhe direi com toda a franqueza:
eu não vejo nenhum outro lugar fora da família, onde a fé que há que crer e viver
possa ser suficientemente transmitida. Por outra parte, na Europa durante o
colapso do Império Romano e durante as invasões bárbaras posteriores, o que fizeram
os monastérios beneditinos naquele momento, do mesmo modo pode ser feito agora pelas
famílias dos que creem, no reinado atual de uma nova barbárie espiritual (que é
uma) barbárie antropológica[46].
Pe. Javier Olivera Ravasi
21/7/2016
[24] Julio Meinvielle, El
comunismo en la revolución
anticristiana, Cruz y Hierro, Buenos Aires 1982.
[25] CORNELIO FABRO, “La spiritualità protestante e
il pensiero moderno”, em Dal Essere al essistente, 83.
[26] Ibidem, 72.
[27] Pio XII, 12/10/1952.
[28] GILBERT K. CHESTERTON, “La Navidad y los
estetas” em Herejes, El Cobre, Madrid 2007, 80-86.
[29] ALFREDO SÁENZ, op. cit., 171.
[30] Ibidem, 145.
[31] JACQUES MARITAIN, Lutero ou o advento do Eu;
em http://www.jacquesmaritain.com/pdf/08_HUM/01_H_Lute.pdf
(consultado em 25/6/2016;
9).
[32] Ibidem, 12).
[33] Ibidem, 31-32).
[34] JOÃO PAULO II, Fides et ratio, nº 5.
[35] C. S. LEWIS, The Poison of Subjectivism,
73 (citado por ALFREDO SÁENZ, El hombre
moderno. Descripción Fenomenológica, Gladius, Buenos Aires 1998, 128).
[36] RICARDO ROJAS, El hombre light. Una vida sin valores, Planeta Argentina,
Buenos Aires 1994, 28.
[37] ALFREDO SÁENZ, op. cit., 162.
[38] ALFREDO SÁENZ, op. cit., 161.
[39] Ibidem, 160.
[40] ALBERTO EZCURRA, Los jóvenes y la sociedad de consumo.
[41] Sal 36.
[42] Calvino tomou o
que é uma das potências mais perigosas e antigas da humanidade: o sentido da
fatalidade; o isolou, o converteu em supremo e o introduziu pela força. Calvino
aceitou a Encarnação, mas a obrigou a encaixar no velho horror pagão da
compulsão: Ananké... Deus se havia encarnado para salvar à humanidade,
mas essa humanidade nas quantidades e os indivíduos para quem ele havia
determinado agir. A ideia do Inexorável se mantinha; os méritos de Cristo eram
atribuição e nada mais. Deus era Causalidade e a Causalidade é um todo
imutável. Um homem era condenado ou salvo, e isto não dependia dele. O
reconhecimento do mal como igual ao bem, que se converte rapidamente na
adoração do mal, a grande heresia maniquéia foi enunciada por Calvino em uma
nova estranha forma. Em realidade não opôs os dois princípios iguais, mas
apresentou só um princípio: Deus. Mas atribuiu a esse Único Princípio todos
nossos sofrimentos, e para a maioria de nós um sofrimento eterno e necessário.
Fez com que nosso destino, bom ou mau, se igualara dentro da Divindade: criou
uma imortalidade de perdição e uma condenação de bem-aventurança.
[43] C. S. LEWIS, op. cit.
[44] HEGEL, Filosofia do Direito, pgf. 257. A
sociedade então, não é para Hegel um todo prático acidental da categoria relação,
mas um tipo de substância que aniquilada, ingurgita, e aniquila às
pessoas. A questão de seu bem não se coloca, formalmente; há, portanto em Hegel
e no dizer de Komar, uma “participação esmagada”.
[45] HILAIRE BELLOC, Así ocurrió la Reforma,
Thau, Buenos Aires 1984, 9-10.
[46] http://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=27026.