Mote: Era Recife, mas não era a minha
Onde foi nossa cultura parar?
Há muito, no tempo, me congelaram
Um jeito novo que estão pra inventar
Pode ser até que já inventaram
Não estou bem certo, acabei de chegar.
Não estou bem certo, acabei de chegar.
Do passado a hoje, fiz numa linha,
Parei e voltei no mesmo lugar.
Era Recife, mas não era a minha
Onde foi nossa cultura parar?
Pátio do Livramento (civilizado) |
Fui caminhando, em silêncio e maneiro
Fazia hoje cem anos de paz,
Há cem anos que fugi do coveiro,
Fui congelado cem anos atrás.
Não tão longe, ouvia a ressaca baixinha
Que me indicava o caminho a tomar.
Era Recife, mas não era a minha,
Onde foi nossa cultura parar?
Ia andando cabisbaixo na rua
E onde a Martírios tinha que estar
Tinha só um vazio e uma praça nua
Um prédio feio no lugar do altar.
Me batizei na tão linda igrejinha
Na certa um monstro mandou derrubar.
Era Recife, mas não era a minha,
Onde foi nossa cultura parar?
Igreja destruída para construção da Dantas Barreto |