02 março, 2017

MISSA ECUMÊNICA, TRABALHO EM ANDAMENTO? A CONSAGRAÇÃO EMBARAÇA OS REFORMADOS. O ESTRATAGEMA DO SILENCIO…



MARCO TOSATTI


São somente vozes, e portanto é necessário ter em conta os detalhes. Mas já o fato que estas vozes circulem por aí é um sinal; e os meus informantes que me alertaram são geralmente bons.

Assim, escreveremos tudo no condicional. Uma comissão mista de católicos, luteranos e anglicanos ligados ao segredo estariam ao trabalho, para colocar  uma forma de missa da qual possam participar os fiéis de todas as três confissões cristãs. Não se fala de ortodoxos. Não parece que teria algum documento escrito; ficamos ao nível de notas verbais.

A hipótese prevê uma primeira parte de liturgia da palavra, que não apresenta problemas; depois o reconhecimento dos pecados, e o pedido de perdão a Deus, e a recitação do Glória, haveriam as leituras, e o Evangelho.


Estaria no estudo o problema do Credo. As Igrejas protestantes, mesmo reconhecendo o símbolo Niceno-Constantinopolitano, recitam de preferência o Credo apostólico. A Igreja católica os alterna. No fundo nem este ponto deveria constituir um problema maior.

Assim como a apresentação das ofertas, mesmo estudando com atenção, não parece oferecer grandes obstáculos ao projeto.

O ponto central é o da eucaristia. A visão católica da eucaristia diferencia profundamente da luterana e de outras denominações protestantes. E naturalmente a liturgia neste momento assim tão fundamental, da qual aos católicos vem a transubstanciação (não dessa forma para os reformados) não pode não ser diferente para os diversos celebrantes.

Mas como celebrar uma liturgia comum dividindo-se claramente, na enunciação, próprio no auge do evento?

Uma das possíveis soluções dadas seria o silêncio. Vale dizer que após o Sanctus, no momento no qual normalmente durante a Missa vem pronunciadas as palavras: "Pai verdadeiramente Santo..." os celebrantes poderiam se calar, cada um repetindo mentalmente a "sua" formula.

A palavra volta a reinar na congregação com a oração do Pai Nosso. Não é claro come se deveriam formar as filas para receber a eucaristia.

Eis aqui, isto é tudo o que ouvimos, e referimos. Uma parcial confirmação que existem, em algum lugar, trabalhos em andamento, conseguimos através deste artigo de Luisella Scrosati, "Bussola Quotidiana" (link abaixo), no qual se fala de um estratagema "localizado" no Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, presidido na época pelo cardeal Kasper, com o qual se reconhecia a validade da Anafora de Addai e Mari (oração eucarística da Igreja assíria do Oriente, mais conhecida como Igreja nestoriana).

Uma oração que não continha as palavras da consagração, "se não, como afirma o documento de 2001, 'em modo  eucológico* e disseminado', isto é não em modo explícito ("Este é o meu corpo... Este é o cálice do meu sangue"), mas sim 'espalhadas' nas orações que compõem a anáfora. Estariam portanto utilíssima como princípio justificado de uma nova oração eucarística sem as palavras consecratórias, que poderiam colidir com os irmãos protestantes". Aquela liturgia era dedicada só às Igrejas caldeias e às Igrejas assírias, no caso que tivessem problemas pastorais. Mas imaginamos se um detalhe assim minúsculo pode ter peso na febre ecumênica atual. De minimis non curat praetor

*eucológico = Manual de orações cotidianas

Fonte: http://www.marcotosatti.com/2017/03/01/messa-ecumenica-lavori-in-corso-la-consacrazione-imbarazza-i-riformati-lescamotage-del-silenzio/

tradução: Marcello Tonidàndel Orciuoli

http://www.lanuovabq.it/it/articoli-il-lavorio-carsicoper-una-messaecumenica-19011.htm