João Olivi foi
autor fecundo. Na sua época ficou conhecido pelo epíteto de doutor especulativo. Foi professor do espiritual Ubertino de Casale, também
herege como ele, e que se encontrava no mosteiro beneditino como personagem de
Umberto Eco, no romance O Nome da Rosa.
Influenciado
pela noção da teologia da história, na mesma senda de Joaquim de Fiore, Pedro
Olivi fez comentários acerca do Apocalipse. Dizia-se, portanto, que estavam no
fim da sexta idade da Igreja, que começara com São Francisco, e que a Igreja
carnal, a Babilônia, a grande prostituta, seria rejeitada por Cristo, como
outrora a sinagoga dos judeus.[1]
Para os
seguidores de Olivi, haveria duas espécies de Anticristos, um espiritual e
outro verdadeiro e principal. Na época identificaram esse Anticristo simbólico
ao Papa João XXII. Vale acrescentar que para os adeptos da seita beguina, local
de disseminação das ideias do herege Olivi, os prelados e religiosos que
usassem roupagens supérfluas e ricas agiam contrariamente à perfeição
evangélica e aos preceitos de Cristo.