27 abril, 2020

O VÍRUS E A AMBIÊNCIA ANTICIVILIZACIONAL




A crise causada pelo vírus chinês é anticivilizacional, fortaleceu a Nomenklatura burocrática e fragmentou a sociedade. Impôs a dualidade indivíduo e Estado e enfraqueceu os corpos intermediários. Conceitualmente, tem alma revolucionária, aliando-se a tudo o que de pior “as Revoluções” geraram no mundo ao longo dos séculos.

Uma prova do ataque aos corpos intermediários é que a crise do coronavirus gerou não acontecimentos à mesa de bares e de restaurantes. Na ambiência destes estabelecimentos vê-se a confraternização entre amigos, entre colegas de trabalho, entre família, etc., inexistindo a figura do Estado e do homem médio isolado. O bar é o oposto da crise do vírus chinês.

Por outro lado, a pandemia é compatível com o “delivery” e com o abominável “drive thru” de “fast food” e fez o apogeu deste último que é a vitória inconteste da má alimentação. Aliás, o vírus começou como fruto da má alimentação.

15 abril, 2020

A PANDEMIA E O BEM COMUM


O mundo assiste agoniado à pandemia causada pelo agora afamado “coronavírus” e medidas extremas, como a “quarentena” foram empregadas na maioria dos locais. Neste pequeno texto, pretendemos entender como está se dando a relação destas medidas com o bem comum e também com relação ao perigo do cientificismo.

Podemos definir o bem comum como o conjunto de condições externas adequadas a permitir o pleno desenvolvimento dos homens, das famílias e dos grupos sociais integrantes da sociedade. [1]

Bem comum não é a soma dos bens individuais, como se fundamenta falsamente o liberalismo e também o homem não se ordena à sociedade como uma parte em relação ao todo ( I-II, q.21, art. 4, 3) e é com base nesta falsa visão que se baseiam as doutrinas totalitárias (comunismo, nazismo etc.).[2]

Bem é tudo o que apetece à essência racional do homem e como é da natureza do homem viver em sociedade e o bem comum e o bem particular fazem parte de um mesmo gênero, o bem comum e o particular são participáveis entre si e não duelam.

13 abril, 2020

CORÔNICAS

Mercado de Afogados. Algum mês de 2020.

Um pai vai às compras com a filha de 4 anos. Ela parecia estar meio febril, mas o pai insiste com a mãe em fazer um passeio com a menina, já que tinha que comprar alguma coisa na feira.

A filha e o pai andam naqueles becos entrecortados por passantes. Sol inclemente. Um pequeno grupo se aglomera na seção de carne quando um aparelho aparece voando por sobre suas cabeças. Um artefato chamado drone emite um alerta e em um forte sotaque pernambucano orienta as pessoas a manterem o distanciamento social.

11 abril, 2020

O RESUMO DO CAOS


I – POR QUEM OS SINOS DOBRAM

A igreja em saída se fechou. As portas foram cerradas. Os sinos, até os sinos silenciaram. Falo também o que testemunho. Não sei se todos os sinos, em todas as paróquias, emudeceram, mas o da igreja das Graças, no bairro das Graças, no Recife, onde moro, não repica mais. Esse fato foi um dos que mais me chamou a atenção, tendo em vista o poder espiritual do sino, que hoje é negado pelo sacerdote daquela paróquia. Segue um trecho da bênção do sino:

Derramai, Senhor, sobre esta água a bênção celeste e fazei descer sobre ela a virtude do Espírito Santo, para que, tendo sido rociado com ela este vaso, destinado a convocar os filhos da Santa Igreja, dos lugares onde ressoar este sino, se afaste para longe a virtude das ciladas dos inimigos, a sombra dos fantasmas, a violência dos turbilhões, os golpes dos raios, os estragos das trovoadas, os desastres das tempestades e todos os espíritos das procelas[1]
Os sinos já não dobram mais, os filhos da Santa Igreja não são mais convocados, estão confinados; nada mais se espera dos céus, a não ser um novo decreto da autoridade pública, a dizer o que se deve ou não fazer, com o total beneplácito dos bispos. Detalhe, essa autoridade pública só não pode ser o atual presidente em exercício no país, que em um ato de insanidade completa declarou a religião como serviço essencial[2].

Ah, mas eu lembrava uma tal entrevista imaginária de Nelson Rodrigues com D. Hélder, aquele mesmo arcebispo vermelho que tem agora o seu processo de beatificação acelerado em Roma[3]. Talvez vocês entendam a posição da CNBB ao ler aquela entrevista.[4] Eles aprenderam tudo nessas teologias liberais e libertárias.

Nelson Rodrigues era assertivo: D. Hélder só olha para o céu para saber se leva ou não guarda-chuva. Hoje os padres só abrem as igrejas se não tiver coronavírus. E, pasmem, é um ato de caridade não ter missas. Se essa frase fosse dita em janeiro de 2020 seria uma insanidade; mas na data que ora escrevo é capaz de até tradicionalistas se emocionarem com esse mais novo truísmo.

08 abril, 2020

A PESTE



                         Desde que enganado pelo demônio, o homem  julga-se senhor do mundo, capaz de estabelecer o que é bom ou mau segundo o próprio arbítrio, dispensado o Criador (Gênesis, 3, 1 a 5).

                         A contestar o domínio do homem sobre o mundo, vez ou outra surgem pragas da natureza, a causar grande morticínio.

No Antigo Testamento, encontra-se a passagem das pragas rogadas sobre o antigo Egito (Êxodo, 7 a 11).

Na Idade Média, a Peste Negra ou Bubônica, causada por uma bactéria proveniente da pulga do rato negro, foi uma  epidemia que resultou na morte estimada de milhões de pessoas, da Ásia à Europa.

 Na Idade Contemporânea, a Gripe Espanhola foi uma pandemia causada pelo vírus influenza, ao final da Primeira Guerra Mundial, que também  terminou em um morticínio estimado em cinquenta milhões de pessoas.

03 abril, 2020

O "CISNE NEGRO" DE 2020?

NOTA DO TRADUTOR: Segue abaixo texto interessante escrito pelo professor Roberto de Mattei. Ressalvamos, por outro lado, que o articulista deve ser observado com cautela, uma vez que é filiado  à corrente de pensamento esposada por Plínio Correia de Oliveira, que já foi fartamente denunciada pelo professor Orlando Fedeli, principalmente no seu livro: A gnose burlesca dos Arautos do Evangelho. O texto abaixo, no entanto, faz uma singular interpretação dos fatos correntes provocado pelo "misterioso vírus".

Link do livro do prof. Orlando: http://www.montfort.org.br:84/bra/veritas/religiao/contra-pco/


O cisne negro (Cygnus atratus) é um pássaro raro, originário da Austrália, que tem esse nome devido à coloração de sua plumagem. Nassim Nicholas Taleb, um analista financeiro, ex-trader de Wall Street, no seu livro O cisne negro (The Black Swan: The Impact f the Highly Improbable, Random House, New York 2007), utilizou esta metáfora para explicar a existência de eventos inesperados e catastróficos que poderiam mudar a vida de todo mundo.

O coronavírus tem sido o cisne negro de 2020, escreve Marta Dassú, do Instituto Aspen, explicando que a epidemia está colocando em crise a atividade econômica das nações ocidentais e “demonstra a fragilidade das cadeias produtivas globais; quando um choque atinge um dos anéis, o impacto se torna sistêmico” (Aspenia, 88 (2020), p.9). “A segunda epidemia está a caminho – escreve Frederico Rampini no La Repubblica de 22 de março – e todos precisam enfrentar e curá-la. Ela se chama Grande Depressão e terá um balanço de vítimas paralelo ao do vírus. Na América ninguém mais usa o termo recessão porque é muito brando.

02 abril, 2020

OS BISPOS NOS ABANDONARAM!



Ídolo nos jardins do Vaticano.
Em todo o mundo a situação é muito grave.

A doença que está causando essa situação é também muito grave.


Mas a atitude da maior parte dos bispos na maior parte dos países afetados é simplesmente desprezível, repugnante, e merece todo nosso repúdio e desdém. Não contente em ter jogado os fiéis, durante décadas, aos cuidados de abusadores sexuais, agora,  no momento em que mais precisamos de verdadeiro cuidado, eles simplesmente nos abandonam.

A proibição de grandes aglomerações – incluindo missas públicas - é compreensível. Mas as demais medidas tomadas tem sido abusivas. Eles são a prova da completa negligência desses lobos travestidos de pastores, para com as almas do fiéis. Que dizer da atitude de muitos,  aparentemente muitos bispos que tem fechados as igrejas até para a simples oração individual do fiel diante do Santíssimo Sacramento? E, muito pior, que dizer da supressão das confissões em tempos de tão grande necessidade? E a supressão da extrema unção, a unção dos enfermos e santo viático, em tempos de tão grandes perigos?