Paulo Eduardo Razuk
O domínio da Casa de Habsburgo na
Espanha iniciou-se com Carlos I, que era neto do Imperador Maximiliano da
Alemanha e dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Ao abdicar do trono, em 1556, deixou
a Espanha para seu filho Felipe II e a Áustria para seu irmão Fernando, vindo a
falecer em um convento em 1558.
A Casa de Habsburgo, que os espanhóis chamam de os Áustrias, reinou na
Espanha até 1700, ano em que morreu
Carlos II, que não deixou herdeiros. A sucessão da coroa espanhola
causou uma guerra européia. De um lado, o arquiduque Carlos de Áustria; de
outro, o príncipe Felipe de Anjou, neto de Luís XIV, rei de França. Com a paz
de Utrecht, em 1713, Felipe de Anjou foi reconhecido como rei de Espanha,
assumindo o nome de Felipe V, a inaugurar o domínio da Casa de Bourbon, que,
com interrupções, perdura até hoje na Espanha.
Desde 1713, vigia na Espanha a lei sálica, que não admite a sucessão da
coroa pela linha feminina. Em 1800, sem obedecer ao devido processo legislativo
para tanto, Fernando VII alterou unilateralmente a lei, o que não foi acatado
pelos tradicionalistas. Faleceu em 1833, deixando apenas uma filha menor, que
assumiu o trono como Isabel II, não
reconhecida como rainha pelos legitimistas, que apoiavam Carlos, irmão do rei.
Houve três guerras carlistas pela sucessão da coroa espanhola, em 1833/1840,
1846/1849 e 1872/1876.