Paulo Eduardo Razuk
I
Deus Criador estabelece a ordem
ontológica das coisas. Assim, a boa música deve ser um espelho de Deus,
reproduzindo a ordem ontológica por Ele estabelecida.
A beleza material é objetiva, porque depende
das proporções e das medidas, isto é, dos números. Pitágoras teria descoberto a
relação entre os números, beleza e música. Os sons agradáveis ao ouvido
correspondem a números proporcionados, causa da beleza musical.
A proporção causa a beleza
sonora. Algo é belo, na medida em que harmonize a unidade e a variedade, a
estabilidade e o movimento, o par e o ímpar, o grave e o agudo, etc. A beleza
de um ser provém das relações proporcionadas de suas partes. Tudo deve ser
belo, harmonioso e musical.
Música, harmonia e beleza são resultantes do
número, do peso e da medida, quer na sonoridade, quer na plasticidade. O homem
deve procurar as razões da beleza, a fim de que chegue ao Criador, Beleza
Infinita.
A ordem exige diversificação de elementos
constituintes. Deus faz tudo com desigualdade, para poder fazer tudo com uma
ordem que reflita sua Sabedoria Infinita. Tal ordem, proporção de toda criação,
essa harmonia que deve haver em todas as criaturas, constitui a música do
universo, uma sinfonia maravilhosa.