Paulo Eduardo Razuk
I
Deus Criador estabelece a ordem
ontológica das coisas. Assim, a boa música deve ser um espelho de Deus,
reproduzindo a ordem ontológica por Ele estabelecida.
A beleza material é objetiva, porque depende
das proporções e das medidas, isto é, dos números. Pitágoras teria descoberto a
relação entre os números, beleza e música. Os sons agradáveis ao ouvido
correspondem a números proporcionados, causa da beleza musical.
A proporção causa a beleza
sonora. Algo é belo, na medida em que harmonize a unidade e a variedade, a
estabilidade e o movimento, o par e o ímpar, o grave e o agudo, etc. A beleza
de um ser provém das relações proporcionadas de suas partes. Tudo deve ser
belo, harmonioso e musical.
Música, harmonia e beleza são resultantes do
número, do peso e da medida, quer na sonoridade, quer na plasticidade. O homem
deve procurar as razões da beleza, a fim de que chegue ao Criador, Beleza
Infinita.
A ordem exige diversificação de elementos
constituintes. Deus faz tudo com desigualdade, para poder fazer tudo com uma
ordem que reflita sua Sabedoria Infinita. Tal ordem, proporção de toda criação,
essa harmonia que deve haver em todas as criaturas, constitui a música do
universo, uma sinfonia maravilhosa.
II
A música é uma linguagem, um meio de
transmissão de uma mensagem. Exprime idéias através de símbolos sonoros.
Portanto, a música pode constituir uma arte mais elevada ou mais baixa. Sons
melodiosos, proporcionais, como na música clássica, repercutem favoravelmente no
sistema nervoso.
O rock partiu da balada
sentimental, passou pela canção sensual e chegou ao som frenético, para induzir
os jovens à rebeldia contra os pais, ao desrespeito aos professores, à contestação
das autoridades e ao prazer diabólico, como na seita satânica que assassinou a
atriz Sharon Tate.
A letra fixa de modo mais objetivo o que se
quer dizer pela música. Não entender a letra não exime do efeito da música. A Marselhesa
é uma marcha revolucionária, que induz à rebeldia, mesmo sem entender a letra.
Foi elemento importante para a eclosão da Revolução Francesa, desde o início
até chegar ao Terror.
O concerto de rock, com suas letras pornográficas,
suas imagens obscenas, seu apelo ao sexo e a exaltação do uso de drogas, é um
espetáculo orgiástico.
Os líderes do rock têm um papel político:
lideram a revolução cultural e pretendem uma nova arte, com a liberação das
normas sociais. Estimulam a permissividade, com preferência pelo sujo, vulgar,
baixo e grosseiro. Fazem apanágio da obscenidade e da depravação . Exigem a liberação das drogas e do sexo.
Tornam admiráveis o feio, o asqueroso e o monstruoso. Prometem frustração,
desespero, loucura e inferno, levando ao suicídio e ao homicídio.
A base do rock é constituída de pulsações
regulares, com ritmos sincopados. Não tem melodia, não se podendo cogitar de
harmonia. O corpo é sensível ao ritmo, cuja sequência induz à histeria do
auditório, mediante a emoção de transe, como se observa nas apresentações dos
Beatles e dos Rolling Stones.
O concerto de rock torna
esgotados os nervos e desarranjado o cérebro. Estimula a sensualidade, pela
depressão da razão. Produz erotismo e violência. A intensidade do barulho causa
hostilidade, esgotamento, pânico e narcose. O ritmo alucinante leva à
violência, à euforia e à histeria. Pelo efeito hipnótico causa neurose e psicose, tornando os partícipes zumbis, com
tendência à destruição e ao vandalismo.
III
A gnose é um estado mental específico,
que se acredita permitir o contato com outros planos não físicos, como o
etéreo, o astral e o espiritual, que poderiam ser alcançados por transe,
meditação ou privação dos sentidos, além de hiper-excitação, para realizar
reflexões filosóficas ou rituais mágicos e religiosos. É o que se observa nos
expoentes do rock.
O grupo Led Zeppelin tem uma
canção, Starway to Heaven, considerada o
hino do rock. A execução vai do sentimental ao frenesi. É uma sticky music, ou
seja, gruda na memória de quem ouve. A
letra clama por ser decifrada. Tem uma visão gnóstica do mundo, propondo a
libertação da matéria, da razão e da moral, para prometer felicidade absoluta.
Adora o diabo: tocada em sentido inverso, ouve-se “I’ve got live for Satan”.
O rock porta mensagens
subliminares, incitando ao ódio contra a religião, o cristianismo, o
catolicismo e o Papa. A música é vulgar e a letra ímpia e blasfema.
As canções de Jimmy Hendrix , que morreu de
overdose, como outros expoentes do rock, levam a um estado de espírito tendente
ao vício. Todo vício agrada; o que o torna vício é ser contra a razão e a
virtude.
Dos Rolling Stones ouve-se:
Simpathy for the Devil
To their Satanic Majesties
Invocations of my Demon Brother
Lucifer Rising.
Do grupo Queen, na canção Another One, tocada ao contrário, ouve-se:
“Start to smoke Marijuana”.
Do grupo
Black Oak Arkansas:
“When electricity came to Arkansas
Satan...Satan... he is god...he is God”.
Do grupo Rush,
na canção Anthen:
“Oh Satan, you are the one ...”
O grupo Kiss ,Knights in Satan Service, tem uma canção chamada Demoniac.
O roqueiro Alice Cooper intitula-se Prince of Darkness.
Raul Seixas e Paulo Coelho têm uma canção chamada “Rock do Diabo”.
Se o rock é satânico? Os seus principais expoentes assim
afirmam. Não se pode negar!
Observação
O presente artigo é inteiramente baseado nas seguintes
obras:
1.
Orlando Fedeli, Música e Beleza
monfort.org.br/bra/cadernos/arte/musicabeleza/
2.
Orlando Fedeli, Rock: revolução e satanismo
monfort.org.br:84/bra/cadernos/arte/rock