Símbolos nacionais são aqueles
que representam a identidade da nação. Proclamada a Independência, foram
instituídos os símbolos nacionais do Império do Brasil: a bandeira, o escudo e
o hino nacionais.
O pavilhão nacional fora desenhado por Jean Baptiste Debret, artista da missão francesa, a pedido de D. Pedro I, o fundador da Nação. Era um retângulo verde de primavera, cor da Casa de Bragança, nele inserido um losango amarelo-ouro, cor da Casa de Habsburgo, representando a união de D. Pedro e Dona Leopoldina. Ao centro, encimado pela coroa imperial, o escudo nacional, também verde com esfera celeste enfeixando a cruz da Ordem de Cristo, envolta pela esfera armilar. Em círculo azul celeste, dezenove estrelas de prata representativas das províncias de que se compunha então o Império. Ladeando o escudo, um ramo de café com flores e frutos e outro de tabaco em flor, reunidos pela roseta nacional. Tudo em respeito às regras da heráldica.
Feita a República, atirou-se fora o escudo desenhado por Debret, que tão bem representava o Brasil: a cruz, presente desde o descobrimento, simbolizava a fé do povo brasileiro; o globo armilar, as navegações portuguesas, de que é oriundo o País; a coroa imperial, a monarquia constitucional; os ramos de café e tabaco, as riquezas da produção nacional; o círculo de estrelas, a união indissolúvel das províncias, prenunciando a federação.Na bandeira, foi o escudo substituído
por um círculo azul que reflete o céu do Rio de Janeiro na noite de 15 de
novembro de 1889, em que foi deflagrado o golpe militar que instituiu a
república no Brasil. Nele foi inserida parte do lema do credo positivista de
Augusto Comte: o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim, filosofia em voga na época, sem maior expressão
nos dias de hoje. O templo da humanidade, da igreja positivista, no Rio de
Janeiro, não passa de curiosidade histórica.
No escudo nacional, destacado da
bandeira, foram mantidos os ramos de café e tabaco e o círculo de estrelas, mas
a esfera armilar, a cruz de Cristo e a coroa imperial foram substituídos pela
estrela flamejante da maçonaria, de cinco pontas, a representar o valor
absoluto do homem, com a afirmação do seu poder soberano sobre o mundo,
dispensado o Criador.
Em 1822, fora criado o Hino da
Independência do Brasil, com música de D. Pedro I e letra de Evaristo da Veiga,
É uma canção patriótica.
O Hino Nacional ou Marcha
Triunfal teve a música composta por Francisco Manuel da Silva, em 1831, não
possuindo letra oficial. Era tocado em si bemol maior, rápido e vibrante, para
exaltar o patriotismo.
Em 1869, Louis Moreau Gottschalk
compôs a Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro, dedicada à
Princesa Isabel.
Em 1889, chegou a ser proposto um novo Hino
Nacional, com música de Leopoldo Miguez e letra de José Joaquim de Medeiros e
Albuquerque, adotado como Hino da República.
A letra atual do Hino Nacional, de estilo
parnasiano, foi escrita em versos decassílabos pelo poeta Joaquim Osório Duque
Estrada, para um concurso realizado em 1909, de que saiu vencedora. Só foi
oficializada em 1922, para o centenário da Independência. Além de ufanista, é plena de preciosismos,
cujo sentido o povo desconhece. É composta de duas partes, o que obriga a tocar
a música duas vezes. Para que fosse
cantada, o tom da música foi alterado para lá maior, o que faz diminuir o seu
entusiasmo. Enfim, a letra não cabe na música.
Em tais símbolos, não se
reconhece o povo brasileiro, em sua imensa maioria temente a Deus, não
compartilhando do credo positivista ou do agnosticismo liberal, que tomam o
homem como medida de todas as coisas.
Ensina Leão XIII Papa que o homem
nasceu para viver em sociedade, sendo necessária aos homens constituídos em
sociedade uma autoridade para regê-los; autoridade que tanto como a sociedade
proceda da natureza e, por consequência, tenha a Deus por autor. Aqui deduz-se
que o poder publico só pode vir de Deus (Immortale Dei).
Com efeito, S. Paulo afirmou que
todo o poder vem de Deus (Romanos, XIII, I), repetindo Cristo, que dissera a
Pilatos: “Não terias poder algum sobre mim, se não te fosse dado do Alto”(João,
XIX, II).
A beleza estética da bandeira
imperial e da música original do Hino Nacional despertam um sentimento
nostálgico de uma felicidade perdida, que só com a graça divina poderia ser
recuperada.
Por Paulo E. Razuk