Paulo Eduardo Razuk
Giambattista Pamphili nasceu em Roma em 6 de maio de 1574 e faleceu na mesma cidade em 6 de janeiro de 1655. Foi eleito Papa da Igreja Católica Apostólica Romana em 15 de setembro de1644, exercendo o pontificado até sua morte. Jaz na Igreja de Sant’Agnese in Agone, em Roma. Pertencia a uma família da alta aristocracia, assim como todo o colégio cardinalício à época.
O grande pintor espanhol Diego Velasquez foi chamado a Roma para pintar o seu retrato, quadro famoso alojado na Galeria Doria Pamphili, naquela cidade. O quadro, por si só, atrai visitantes à Galeria. É obra de um gênio da pintura, considerado o melhor retrato já feito. De qualquer ângulo que se observe, o olhar do retratado acompanha o visitante. Velasquez conseguiu reproduzir a fisionomia e transmitir o caráter do Papa, com exímia perfeição. As feições e a atitude são de um aristocrata, tal como era Inocêncio X. Da imagem provém a sua autoridade superior e o seu caráter austero, fiel à ortodoxia, sem concessão alguma.
Com efeito, em 31 de maio de 1653, Inocêncio X emitiu a Bula Cum Occasione, em que condenava o jansenismo, heresia que defendia uma interpretação da doutrina de Santo Agostinho sobre predestinação contrária à do livre arbítrio, pregado por Santo Tomás de Aquino. Portanto, não titubearia em condenar a heresia chamada de “teologia da libertação”, calcada no credo marxista, voltado à libertação dos oprimidos social e economicamente, segundo um critério materialista.
Ao ser eleito Papa, Inocêncio X não se ajoelhou ante a multidão que esperava a benção do novo Papa. Não imitou a serpente, para dizer aos homens que seriam deuses se comessem do fruto proibido, podendo decidir eles mesmos, a seu critério, o que é bom ou mau, sem vinculação com a ordem natural das coisas, estabelecida pelo Criador.
O Papa Pamphili não homenageou o monge agostiniano rebelde Martinho Lutero, um dos próceres da reforma protestante, contrária à autoridade papal, com uma estátua colocada no Vaticano, para escândalo dos fiéis católicos.
Também não teria confundido os fiéis, com um equivocado pedido de desculpas da Igreja aos homossexuais, cuja conduta diverge da ordem natural das coisas. Não teria negado São Paulo de Tarso, que afirmou não herdarem o Reino dos Céus os efeminados e sodomitas (Coríntios 1, 6). Também não teria negado a lição de Santo Tomás de Aquino, para quem a finalidade precípua do sexo é a preservação da espécie, devendo ser a família instituída com o propósito funcional da geração e educação da prole.
Inocêncio X não adotou a missa protestante do cisma anglicano como missa padrão do rito latino da Igreja Católica. Pelo contrário, manteve a missa tridentina de S. Pio V como padrão das celebrações. Também não fez do ecumenismo uma ponte para igualar as religiões abrâmicas, a ponto de renunciar à missão salvífica de Jesus Cristo.
A seu tempo, a fumaça de Satanás não houvera penetrado na Igreja Católica, como admitiu Paulo VI. Assim, não havia ainda sido colocada uma estátua de Lúcifer, o anjo rebelde, na Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires, em Roma.
Enfim o Papa Pamphili não teria espalhado a desorientação no rebanho católico. Pelo andor da carruagem, só nos resta admirar o seu retrato e esperar por um milagre, para a restauração da verdadeira Igreja.
