Paulo Eduardo Razuk
Diz o Gênesis, sobre a queda do
homem que, em consequência do pecado original, a sentença divina condenou o
homem a comer o seu pão com o suor do seu rosto, até que retornasse ao solo,
pois dele fora tirado e ao pó tornaria.
Em 15 de maio de 1891, o Papa Leão XIII, na Encíclica Rerum Novarum, ensina que a pobreza não é um opróbio, não se devendo corar por ter de ganhar o pão com o suor do seu rosto. O Filho de Deus e Deus ele mesmo quis passar aos olhos do mundo por filho de um artífice, chegando a consumir grande parte da sua vida em trabalho como carpinteiro, filho de Maria.
No cinquentenário da Rerum Novarum, em 1º de junho de 1941, o
Papa Pio XII fez uma alocução, referindo que a Encíclica ensina que duas são as
propriedades do trabalho humano: é pessoal e é necessário. É pessoal, porque se
efetua com o exercício das forças particulares do homem; é necessário, porque
sem ele não se pode granjear o indispensável à vida, cuja manutenção é dever
natural, grave e individual. Ao dever
pessoal do trabalho, imposto pela natureza, corresponde e segue-se o direito natural
a cada indivíduo de fazer do trabalho o meio para prover à vida própria e dos
filhos: tão altamente ordenado à conservação do homem é o império da natureza.
Se o vício é o hábito do mal, a virtude
é o hábito do bem. Os vícios capitais são sete, a saber: soberba, avareza,
luxúria, ira, gula , inveja e preguiça.
Os vícios vencem-se com as virtudes que lhes são opostas: a soberba com a
humildade; a avareza com a liberalidade; a luxúria com a castidade; a ira, com
a paciência; a gula, com a temperança; a inveja com a caridade; a preguiça com
a diligência e o fervor no serviço de Deus.
A acídia é o tédio ou tristeza em
relação aos bens interiores e aos bens do espírito. As filhas da acídia são:
desespero, pusilanimidade, torpor, rancor, malícia e divagação da mente.
No caso da acídia, em que se trata de bens espirituais, tais bens são fins e meios. A fuga ao fim se dá pelo desespero. A fuga dos bens que conduzem ao fim dá-se pela pusilanimidade e pelo torpor em relação aos preceitos. A ociosidade e a sonolência reduzem-se ao torpor em relação aos preceitos: o ocioso os abandona e o sonolento os cumpre de modo negligente.
Na Física, Aristóteles afirma que a
Natureza provém do intelecto divino e que a Arte provém da imitação da
Natureza. O homem deve buscar na Natureza e na Arte os meios para viver
virtuosamente.
Na Divina Comédia, Dante Alighieri
colocou no quinto círculo do Inferno os pecadores por acídia ou tédio, que
entristece a vida como o fumo, que a tudo tolda. Os acidiosos estão impedidos
de respirar o ar, e, afundados no limo, suas palavras borbulham na agua podre,
sufocadas nas gargantas que engolem barro.
A fábula A Cigarra e a Formiga, de
Esopo, recontada em verso por La Fontaine, é uma referência sobre o valor do
trabalho. As personagens representam duas posturas opostas perante a vida: a
dos esforçados e a dos preguiçosos. É necessário pensar no futuro e batalhar
por ele.
Bibliografia
1. A
Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas, São Paulo, 1991.
2. Dante
Alighieri, A Divina Comédia, tradução de João Trentino Ziller, Ateliê
Editorial, São Paulo, 2012.
3. Santo
Tomás de Aquino, Os Sete Pecados Capitais, Martins Fontes, São Paulo, 2004.
4. Encíclicas
e Documentos Sociais, Edição LTr, São Paulo, 1972.
5. Jean
de La Fontaine, Fábulas, tradução de Milton e Eugênio Amado, A Cigarra e a
Formiga.
6. Carolina
Marcello, fábula A Cigarra e a Formiga (com moral), Cultura Genial, Internet.
7. José
Pedro Galvão de Sousa, Presença, Rio de Janeiro, 1982