22 janeiro, 2025

Dois mil anos em janeiro

 

Em uma manhã de janeiro do corrente ano da graça de 2025 passei meus olhos diante de uma estante da biblioteca de minha casa e tirei de forma aleatória um livro de poesia, Alma impressa, do poeta Vinícius Gregório, de São José do Egito, lá Pajeú das Flores. Abro direto no poema Infância:

“Quem nunca sentiu saudade

Do tempo que era criança!?”

 

07 janeiro, 2025

A queima da lapinha e do bom senso

 


Desço à rua, é festa de Reis. As pastoras carregam o traje azul e encarnado pelas velhas ruas do Recife. Mais uma vez vou enfrentar Dantas Barreto, melhor dizendo, a avenida que se veste com esse nome, a Presidente Vargas dos pobres, como dizia Hermilo Borba Filho. Era fim do dia, o ocaso do comércio, e já havia a azáfama daqueles movimentos agoniados de guardar os produtos e o peso do trabalho do dia, as pessoas tinham expressão de pressa e cansaço. O lixo atapetava o chão. Ele era onipresente. Em todo canto havia lixo: na avenida, na calçada, no poste, na rua, no meio fio, nos fios que tanto poluem o Recife. Havia muito lixo na Dantas Barreto, mas as pastoras passavam sorrindo e cantando, cantando e dançando.